quinta-feira, 31 de março de 2011

O médico e o louco

Um médico e um louco num hospital público. O louco argumenta:doutores1
—... Mas doutor, eu não estou louco.
— Então o que está fazendo aqui?
— Vim passar férias. E o senhor, o que faz aqui?
— Sou médico, trato de pessoas doentes.
— Pessoas doentes tratando pessoas doentes, ironia não?
— O que quer dizer com isso?
— O senhor é mal-pago e ainda trabalha aqui, o senhor sim que é louco.
O médico arqueou a sobrancelha, não se sabe se foi pela surpresa do que o louco disse ou porque concordou com ele. O mais provável é que tenha sido pelos dois motivos.

Leonardo Vianna

terça-feira, 29 de março de 2011

O preço de um sonho

sonho Às vezes, conversando com algumas pessoas eu ouço “Quando eu sair daqui, vou arrumar um emprego melhor” ou “Só estou trabalhando para pagar meus estudos, quero seguir a carreira de…” ou “Tô estudando porque quero um futuro melhor pra mim”, mas a questão é a seguinte: se o futuro é tão incerto, por que fazer planos?

Histórias de pessoas que seguiam por anos carreiras bem-sucedidas e de repente “descobrem-se infelizes” e começam tudo do zero de novo, em uma outra carreira que não faz brilhar tanto os olhos de amigos e da família. Cansei de ver histórias contadas na televisão de empresários que de uma hora para outra jogam tudo para o ar e abrem uma pequena empresa. Como exemplo, li na internet a história de Fernando Lopes, 52 anos, pós-graduado, casado e com três filhos, que largou a vida estável para se tornar “dog walker” (passeador de cães). Segundo ele, “Me senti cansado da vida que tinha e resolvi mudar tudo. Pensei: ‘Quer saber? Vou fechar a empresa e me dedicar a algo que gosto de verdade’”. Incrível, não?

Alguns tachariam-no como louco, outros o chamariam de ousado, adjetivos a parte, Fernando Lopes não é o primeiro e nem será o último a fazer essa “loucura” e é justamente por isso que eu escrevo essa postagem: para questionar o por quê de pessoas bem sucedidas largarem empregos para seguirem antigos sonhos de infância ou simplesmente fazerem o que “dá na telha”.

É lógico que o risco de se largar uma vida estável para seguir um sonho, por mais maluco que ele possa parecer, é alto pois quem garante que o sonho vai render uma vida, senão boa, mas ‘suportável’? Sonhos não alimentam, pagam as nossas contas e muito menos nos sustentam todas as manhãs, são desejos do fundo da nossa mente que se manifestam quando dormimos.

É possível realizar nossos sonhos? Sim, claro que é possível. É possível realizar todos os nossos sonhos? Sinceramente, não, sejamos realistas. Quem nunca ouviu a célebre frase “basta corrermos atrás que os nossos sonhos se realizam”? Pois bem, não passa de um clichê criado para que as pessoas com tendência a serem sonhadoras sonhem mais ainda. Ao longo de nossa vida vamos enfrentando desafios, crescemos e amadurecemos mentalmente a tal ponto que selecionamos os sonhos mais prováveis de se realizar em detrimento dos mais excêntricos.

Um exemplo: uma pessoa que não gosta de estudar mas sonha em ser médica pode conseguir chegar a tal carreira? Claro que pode, mas tudo é uma questão de mudança, é muito difícil alcançar esse sonho, mas não é impossível, e as situações que vão ocorrer ao longo da vida da pessoa em questão ou farão com que ela desista desse sonho e siga em outra carreira, ou ela vai contra si mesmo e fará de tudo para realizar o sonho. Compreende? É tudo uma questão de mudança e tudo é tão incerto que a grande maioria desiste dos “sonhos maiores” para correr atrás dos “menores”, os com mais chances de serem realizados.

E a questão-título da postagem se sobressai: qual é o preço de um sonho? Depende. Depende de qual sonho é esse; da sua força de vontade; e do preço pelo qual se está disposto a pagar. De certo mesmo  só a morte, porque os sonhos… Ah, esses são tão voláteis.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

  Rainha VitóriaO ano é 1857, 8 de março, o local são os EUA, trabalhadoras de uma fábrica têxtil, em Nova Iorque, reivindicam redução da carga horária de trabalho de 14 exaustivas horas diárias para 10 e o direito à licença maternidade. Resultado: todas as 129 mulheres foram queimadas numa ação policial.

36 anos depois, e m 1893, a Nova Zelândia, é o primeiro país no mundo a extender o sufrágio, ou seja, o direito a voto, para mulheres.

Durante a Primeira Grande Guerra, mulheres russas reivindicam melhorias nas condições de vida e trabalho. As manifestações marcaram o início da Revolução Russa de 1917.Mulher negra

O que esses três períodos da história tem em comum? A insatisfação da condição da mulher perante a ordem internacional vigente que era composta por homens.
Inspirado nas americanas queimadas e nas russas revoltadas é que se criou o Dia Internacional da Mulher, celebrado em muitos países no dia 8 de março.

Não podemos esquecer que raras foram as mulheres que tinham poder no século XIX e início do XX, a rainha do Reino Unido e imperatriz da Índia, Vitória, era uma rara exceção. Mas como uma andorinha só não faz verão…

De lá para cá, as mudanças foram sensíveis, embora a igualdade total entre os sexos ainda não tenha sido conquistada pelas mulheres, todos nós, mulheres e homens engajados também, ainda estamos nessa luta. Não podemos esquecer que esse déficit democrático, com o tempo vai ser corrigido, afinal, no momento, as mulheres estão cada vez mais presentes no mundo da política.

A todas elas eu desejo um sincero feliz dia Internacional da Mulher.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O carioca

A Carioca (1882) - Pedro AméricoEngraçado como o carioca é uma pessoa única em todo o Brasil. Acho que entre paulistanos, curitibanos, cearenses, manauras, enfim, todos, o carioca é o povo que mais se vangloria por ter nascido no Rio de Janeiro. Muitos dizem, erroneamente, que são cariocas, embora esse gentílico só seja atribuído a quem nasceu na capital; à pessoa que nasce fora da capital (baixada fluminense, região serrana, região dos lagos, etc) é denominada fluminense.

Não sei se é por causa da vida na cidade maravilhosa que a cada dia mais tem melhorado nos quesitos segurança e social, ou se é por causa das belezas naturais — e humanas também — que embelezam e nem sempre fazem papel de fundo; muitas das vezes, acabam sendo os protagonistas. O Jardim Botânico, as praias de Copacabana e Ipanema, o Theatro Municipal, o Pão de Açúcar e Cristo Redentor, só pra citar os mais conhecidos.

Longe de ter essa fixação idiota que alguns sulistas imbecis usam pra alimentar o sonho de fazer a região sul separar-se do restante do país para tornar-se um outro, os cariocas apenas idolatram a sua cidade, uma minoria muitas vezes abusa desse amor o que gera a tão famosa marca de “marrento” do povo daqui. Grande engano é chamar de podre uma árvore por causa do seu fruto.
E é trabalhando durante a semana (porque o carioca não é um povo nada preguiçoso, como pensam alguns) e aproveitando um final de semana de Sol na praia que vive os habitantes da cidade maravilhosa. Esbanjando simpatia e tornando-a mais maravilhosa ainda.

Leonardo Vianna

quarta-feira, 2 de março de 2011

E num dia nublado…

 

(16/01/2011) Aurora

O dia clareia
e passa a hora;
não se adiante, não se atrase,
minha doce Aurora.

Deitado e esperando.
— Acho que vem agora!
Olho pela janela e não a vejo,
onde estará minha doce Aurora?

Não me deixe, não se queixe,
nem despreza um peito que te adora;
preencha minhas manhãs e minha vida,
minha doce Aurora.

Leonardo Vianna