Às vezes, conversando com algumas pessoas eu ouço “Quando eu sair daqui, vou arrumar um emprego melhor” ou “Só estou trabalhando para pagar meus estudos, quero seguir a carreira de…” ou “Tô estudando porque quero um futuro melhor pra mim”, mas a questão é a seguinte: se o futuro é tão incerto, por que fazer planos?
Histórias de pessoas que seguiam por anos carreiras bem-sucedidas e de repente “descobrem-se infelizes” e começam tudo do zero de novo, em uma outra carreira que não faz brilhar tanto os olhos de amigos e da família. Cansei de ver histórias contadas na televisão de empresários que de uma hora para outra jogam tudo para o ar e abrem uma pequena empresa. Como exemplo, li na internet a história de Fernando Lopes, 52 anos, pós-graduado, casado e com três filhos, que largou a vida estável para se tornar “dog walker” (passeador de cães). Segundo ele, “Me senti cansado da vida que tinha e resolvi mudar tudo. Pensei: ‘Quer saber? Vou fechar a empresa e me dedicar a algo que gosto de verdade’”. Incrível, não?
Alguns tachariam-no como louco, outros o chamariam de ousado, adjetivos a parte, Fernando Lopes não é o primeiro e nem será o último a fazer essa “loucura” e é justamente por isso que eu escrevo essa postagem: para questionar o por quê de pessoas bem sucedidas largarem empregos para seguirem antigos sonhos de infância ou simplesmente fazerem o que “dá na telha”.
É lógico que o risco de se largar uma vida estável para seguir um sonho, por mais maluco que ele possa parecer, é alto pois quem garante que o sonho vai render uma vida, senão boa, mas ‘suportável’? Sonhos não alimentam, pagam as nossas contas e muito menos nos sustentam todas as manhãs, são desejos do fundo da nossa mente que se manifestam quando dormimos.
É possível realizar nossos sonhos? Sim, claro que é possível. É possível realizar todos os nossos sonhos? Sinceramente, não, sejamos realistas. Quem nunca ouviu a célebre frase “basta corrermos atrás que os nossos sonhos se realizam”? Pois bem, não passa de um clichê criado para que as pessoas com tendência a serem sonhadoras sonhem mais ainda. Ao longo de nossa vida vamos enfrentando desafios, crescemos e amadurecemos mentalmente a tal ponto que selecionamos os sonhos mais prováveis de se realizar em detrimento dos mais excêntricos.
Um exemplo: uma pessoa que não gosta de estudar mas sonha em ser médica pode conseguir chegar a tal carreira? Claro que pode, mas tudo é uma questão de mudança, é muito difícil alcançar esse sonho, mas não é impossível, e as situações que vão ocorrer ao longo da vida da pessoa em questão ou farão com que ela desista desse sonho e siga em outra carreira, ou ela vai contra si mesmo e fará de tudo para realizar o sonho. Compreende? É tudo uma questão de mudança e tudo é tão incerto que a grande maioria desiste dos “sonhos maiores” para correr atrás dos “menores”, os com mais chances de serem realizados.
E a questão-título da postagem se sobressai: qual é o preço de um sonho? Depende. Depende de qual sonho é esse; da sua força de vontade; e do preço pelo qual se está disposto a pagar. De certo mesmo só a morte, porque os sonhos… Ah, esses são tão voláteis.