terça-feira, 29 de março de 2011

O preço de um sonho

sonho Às vezes, conversando com algumas pessoas eu ouço “Quando eu sair daqui, vou arrumar um emprego melhor” ou “Só estou trabalhando para pagar meus estudos, quero seguir a carreira de…” ou “Tô estudando porque quero um futuro melhor pra mim”, mas a questão é a seguinte: se o futuro é tão incerto, por que fazer planos?

Histórias de pessoas que seguiam por anos carreiras bem-sucedidas e de repente “descobrem-se infelizes” e começam tudo do zero de novo, em uma outra carreira que não faz brilhar tanto os olhos de amigos e da família. Cansei de ver histórias contadas na televisão de empresários que de uma hora para outra jogam tudo para o ar e abrem uma pequena empresa. Como exemplo, li na internet a história de Fernando Lopes, 52 anos, pós-graduado, casado e com três filhos, que largou a vida estável para se tornar “dog walker” (passeador de cães). Segundo ele, “Me senti cansado da vida que tinha e resolvi mudar tudo. Pensei: ‘Quer saber? Vou fechar a empresa e me dedicar a algo que gosto de verdade’”. Incrível, não?

Alguns tachariam-no como louco, outros o chamariam de ousado, adjetivos a parte, Fernando Lopes não é o primeiro e nem será o último a fazer essa “loucura” e é justamente por isso que eu escrevo essa postagem: para questionar o por quê de pessoas bem sucedidas largarem empregos para seguirem antigos sonhos de infância ou simplesmente fazerem o que “dá na telha”.

É lógico que o risco de se largar uma vida estável para seguir um sonho, por mais maluco que ele possa parecer, é alto pois quem garante que o sonho vai render uma vida, senão boa, mas ‘suportável’? Sonhos não alimentam, pagam as nossas contas e muito menos nos sustentam todas as manhãs, são desejos do fundo da nossa mente que se manifestam quando dormimos.

É possível realizar nossos sonhos? Sim, claro que é possível. É possível realizar todos os nossos sonhos? Sinceramente, não, sejamos realistas. Quem nunca ouviu a célebre frase “basta corrermos atrás que os nossos sonhos se realizam”? Pois bem, não passa de um clichê criado para que as pessoas com tendência a serem sonhadoras sonhem mais ainda. Ao longo de nossa vida vamos enfrentando desafios, crescemos e amadurecemos mentalmente a tal ponto que selecionamos os sonhos mais prováveis de se realizar em detrimento dos mais excêntricos.

Um exemplo: uma pessoa que não gosta de estudar mas sonha em ser médica pode conseguir chegar a tal carreira? Claro que pode, mas tudo é uma questão de mudança, é muito difícil alcançar esse sonho, mas não é impossível, e as situações que vão ocorrer ao longo da vida da pessoa em questão ou farão com que ela desista desse sonho e siga em outra carreira, ou ela vai contra si mesmo e fará de tudo para realizar o sonho. Compreende? É tudo uma questão de mudança e tudo é tão incerto que a grande maioria desiste dos “sonhos maiores” para correr atrás dos “menores”, os com mais chances de serem realizados.

E a questão-título da postagem se sobressai: qual é o preço de um sonho? Depende. Depende de qual sonho é esse; da sua força de vontade; e do preço pelo qual se está disposto a pagar. De certo mesmo  só a morte, porque os sonhos… Ah, esses são tão voláteis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário